O alcaide costumava passar dias inteiros sem comer. Simplesmente, esquecia-se. A sua atividade, febril em certas ocasiões, era tão irregular como as prolongadas épocas de ócio e aborrecimento em que vagueava pela terra sem qualquer propósito, ou se encerrava no gabinete blindado, sem consciência do decurso do tempo. Sempre sozinho, sempre um pouco ao acaso, não tinha um interesse especial, nem se lembrava de uma época pautada por costumes regulares. Só impulsionado por uma necessidade irresistível aparecia no hotel a qualquer hora e comia o que lhe servissem.
Círculo de Leitores, pg. 107
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